(grego prâksis,
-eos, acção, transacção, negócio)
substantivo
feminino
1. Uso estabelecido. = COSTUME, ROTINA
2. Sistema ou conjunto de formalidades ou
normas de conduta. = ETIQUETA, PRAGMÁTICA
3. O mesmo que praxe académica.
praxe
académica
• Conjunto de regras e costumes
que governam as relações académicas numa universidade, baseado numa relação
hierárquica.
No meio da justificada repulsa pela
praxe que as mortes no Meco tem gerado por todo o lado não encontro quem
constate um facto que me assalta quando penso no tema: os participantes são
adultos.
Serem adultos - em português prosaico
maiores e vacinados - significa que são indivíduos presumivelmente capazes de
decidir entrar ou não nesse jogo de natureza sádica ou masoquista consoante o
papel que lhes cabe.
Se um adulto usa o livre arbítrio que
a lei lhe concede para surfar ondas de 30 metros, para se juntar a uma claque
de futebol, para fumar três maços por dia ou para alinhar na praxe, é algo que
só a si dirá respeito. Estar a culpar as praxes pela morte dos miúdos equivale
a culpar as férias pelos que também morrem na praia no Verão.
Parece que as praxes são cada vez mais
abjectas. Que facilmente descambam em violência física e moral degradante (e
fatal, aparentemente) para quem a elas se submete. Isso deve ser perseguido
pela justiça. Porque para isso já há leis.
O que pode e deve ser feito é ensinar
aos miúdos que têm o direito de não participar. E vigiar e julgar
criminalmente as azémolas que lhes
tentarem negar esse direito.
Ao contrário do que diz o Priberam,
não há uma relação hierárquica a suportar as regras que formam a praxe. Há
antes uma boçalidade que reproduz os instintos mais primários de alguns
indivíduos que, felizmente, sendo hoje legalmente puníveis, serão tanto mais
raros quanto melhor for o conhecimento sobre os direitos individuais
inalienáveis.
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