(origem controversa)
substantivo masculino
1. Remissão de culpa, dívida ou pena. = DESCULPA
2. Absolvição, indulto.
3. Benevolência, indulgência.
interjeição
4. Fórmula que exprime um pedido de desculpas.
Minha
Querida,
Tive
de partir.
Não
consigo viver assim. A amar-te acima do que posso. A amar-te mais do que a
vida, mais do que sei.
Sinto-me
um funâmbulo desastrado sob o abismo que não consegue escolher o ponto firme para onde caminhar. Incapaz de
chegar a uma margem segura. O abismo és tu. Um abismo que me atrai exacerbadamente,
com uma força irresistível.
Lembras-te
de me explicares que a gravidade diminui com a distância entre os corpos? É
isso. Tenho de me distanciar para fugir de me afundar em ti. De me perder - de
deixar de ser - por ser teu.
Não
tenho um segundo de paz comigo próprio. Falta-me a paz, falta-me o apetite e
falta-me o ar. Não os quero porque só te quero a ti. Sempre. Não sabes o que é
levantar-me de manhã e ter um só pensamento. Passar o dia com esse mesmo
pensamento, o mesmo com que me deito. E mais nada. Mais nada. Nada.
Sofro,
como v ês.
Parto,
ou fujo como sei que vais pensar, porque tenho medo. Medo de um amor que me
mata vivo, que me tira de mim e deixa apenas um resto mecânico. Uma sobra
orgânica sem vontade própria a funcionar em função de ti. Não porque o imponhas
ou sequer desejes mas porque perto de ti sou essa carcaça que perdeu a vontade
própria.
Deixo-te
porque é isso ou o fim. Tenho de tentar vencer esta avalanche em que se
transformou o amor que te tenho. Forço-me a fugir deste vale que ameaça
tornar-se o do meu fim, soterrado por um amor asfixiante.
É imperdoável
o que te faço fugindo mas se não o faço deixo de existir. E se deixo de existir
deixo de te amar, o que não posso. Meu amor, não te deixo por ter medo de
morrer. Deixo-te porque é a única maneira de conseguir amar-te. O único amor
que alguma vez terei, agora e para sempre. Um amor que só pode sobreviver a uma
distância segura.
É
por isso que fujo.
Perdoa-me.
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