sábado, 16 de novembro de 2013

Exame

latim examen, -inis, enxame de abelhas, multidão)
substantivo masculino
1. Acto de examinar.
2. Inspecção; interrogatório; análise; prova a que alguém é submetido, para se verificar se está ou não habilitado a exercer um cargo, a obter um diploma, etc.

When I think back
On all the crap I learned in high school
It's a wonder
I can think at all
And though my lack of education
Hasn't hurt me none
I can read the writing on the wall
(Paul Simon)

A ideia do exame aos professores é tentadora. Significa pô-los no lugar onde me fizeram estar: horas a suar em bica a tentar lembrar-me de coisas tão abjectas como as séries de Taylor ou de quais os gases nobres (!) da tabela periódica. Pôr os professores à prova parece mais uma coisa um bocado vingativa de um aluno um bocado cábula, como eu, do que de um respeitável académico, como Crato.

Crato, quando não anda a chafurdar na política, ensina matemática e estatística. Cadeiras que, por regra, levam muita gente a exame na faculdade. Sentindo a falta disso, começou a aplicar exames a toda a gente, dos miúdos da quarta classe aos professores.

Crato devia alargar o âmbito da sua ideia e levar toda a gente a exame.  Taxistas, banqueiros e futebolistas. Todos, sem excepção, deveríamos periodicamente fazer provas para continuar a poder exercer a nossa profissão. E a coisa não se devia ficar pela vertente profissional. Deveriam haver exames de acesso à paternidade, ao matrimónio, ao arrendamento de uma casa ou, sejamos ambiciosos, à aquisição de serviços como a água ou gás canalizados.


Nem neoliberalismo nem socialismo. O futuro deste país passa pelo examinismo – a terceira via que finalmente nos conduzirá à sociedade em que os taxistas não cobrarão a mais, os banqueiros não serão burlões, os futebolistas não falharão penáltis e só haverá bons pais, maridos e vizinhos. E, claro, bons ministros.

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