latim examen,
-inis, enxame de abelhas, multidão)
substantivo
masculino
1. Acto de examinar.
2. Inspecção; interrogatório; análise;
prova a que alguém é submetido, para se verificar se está ou não habilitado a
exercer um cargo, a obter um diploma, etc.
When I think back
On all the crap I
learned in high school
It's a wonder
I can think at all
And though my lack
of education
Hasn't hurt me none
I can read the writing
on the wall
A ideia do exame aos professores é tentadora. Significa pô-los
no lugar onde me fizeram estar: horas a suar em bica a tentar lembrar-me de
coisas tão abjectas como as séries de Taylor ou de quais os gases nobres (!) da
tabela periódica. Pôr os professores à prova parece mais uma coisa um bocado
vingativa de um aluno um bocado cábula, como eu, do que de um respeitável
académico, como Crato.
Crato, quando não anda a chafurdar na política, ensina
matemática e estatística. Cadeiras que, por regra, levam muita gente a exame na
faculdade. Sentindo a falta
disso, começou a aplicar exames a toda a gente, dos miúdos da quarta classe aos
professores.
Crato devia alargar o âmbito da sua ideia e levar toda a
gente a exame. Taxistas, banqueiros e
futebolistas. Todos, sem excepção, deveríamos periodicamente fazer provas para
continuar a poder exercer a nossa profissão. E a coisa não se devia ficar pela vertente
profissional. Deveriam haver exames de acesso à paternidade, ao matrimónio, ao
arrendamento de uma casa ou, sejamos ambiciosos, à aquisição de serviços como a
água ou gás canalizados.
Nem neoliberalismo nem socialismo. O futuro deste país passa
pelo examinismo – a terceira via que
finalmente nos conduzirá à sociedade em que os taxistas não cobrarão a mais, os
banqueiros não serão burlões, os futebolistas não falharão penáltis e só haverá
bons pais, maridos e vizinhos. E, claro, bons ministros.
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