(latim epitaphius, -ii)
substantivo masculino
1. Inscrição sepulcral.
2. Breve elogio fúnebre.
“Nota de agradecimento - O Conselho de
Administração do Banco Espírito Santo manifesta o seu agradecimento pela
confiança dos seus Clientes e Acionistas, pela lealdade e dedicação dos seus
Colaboradores e pela cooperação das Autoridades Governamentais e de
Supervisão.
Lisboa, 17 de março
de 2014“
Grupo Banco Espírito Santo, Relatório
e Contas 2013, pág. 89
Quando
acontece uma falência bancária surgem de imediato centenas de opiniões sobre a
forma como (não) se preveniu, geriu e resolveu a questão. Debate-se a regulação
e a qualidade da supervisão, debate-se a escolha entre um resgate com dinheiros
públicos ou privados e debate-se quem deve pagar pelo falhanço (accionistas,
credores ou depositantes). Só num ponto ninguém toca: não devia alguém ganhar com
a falência de um banco?
Porque se há depositantes que merecem ser salvos, para que
haja confiança no sistema bancário, também os devedores merecem ser
recompensados. Afinal, venceram o jogo contra o banco. Sobreviveram ao banco.
Sabendo o que nos custa – em euros e em anos - pagar as casas, os carros o os
pequenos vícios que nos animam os dias, deveríamos ser premiados quando temos o
talento ou a sorte de assistir, no nosso curto tempo de vida, à morte de
instituições que chegam a durar séculos.
Sei que há o argumento de que isso não é lá muito sério, que
os investidores nos bancos que morrem têm direitos e que esses créditos são a
única coisa que lhes dá alguma esperança de recuperar parte do que investiram.
Mas a quem perde quase tudo pouca diferença fará perder tudo. E fazia tanta
gente feliz...
No meio de todas as opiniões que leio ninguém sai em
defesa do direito dos devedores à felicidade. Do direito a serem premiados por
ter ganho ao banco no jogo que mais importa, o da vida.
Era só isto.
Também gostava de ouvir alguém estranhar o facto de termos
ouvido o Marques Mendes dizer na TV o que ia acontecer ao BES, com uma precisão
infalível, um dia antes do Governador do Banco de Portugal o anunciar. Estranho
ninguém se perguntar quando o soube – essa informação valia milhões (muitos) –
nem como o soube. Mas isso era galhofar e gosto de ser levado a sério.
Sem comentários:
Enviar um comentário