sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Irmão


(latim germanus, -a, -um, que é da mesma raça, irmão)

substantivo masculino
1. Filho do mesmo pai e da mesma mãe.
2. Membro de uma mesma irmandade, confraria ou comunidade religiosa.
3. Título de fraternidade que os homens podem dar-se mutuamente.
4. Pessoa muito amiga de outra.
adjectivo
5. Igual, semelhante.



No meio dos tesourinhos autárquicos que enchem a imprensa nos dias que correm, hoje li uma notícia tocante: O Governo de Timor-Leste decidiu doar um milhão de dólares a Portugal para auxílio às vítimas dos incêndios deste verão.

A verba, lida assim, não é muito grande.  Mas se pensarmos que Timor-Leste tem um décimo da população portuguesa, um PIB 20 vezes menor que o português e um orçamento de estado 50 vezes mais pequeno, este número assume outra grandeza.

Lê-se, no comunicado do governo timorense, que “a perda de vidas e de bens no país irmão assumiu proporções sem precedentes que afectam milhares de pessoas em centenas de comunidades.”. No país irmão.

É isso que toca. A menção à fraternidade que os timorenses sentem por Portugal.

Timor é um país que está literalmente nos antípodas, que mal fez uma década de autodeterminação e que ainda dá os primeiros passos, inseguros mas promissores. E que apesar disso, da distância e do trabalho que dá montar um país, não esquece a ligação ao irmão. Ao país irmão.

Timor promete. É um país que descobriu novas riquezas mas ignorou os tiques de novo rico. Que segue, provavelmente como nenhum outro país, o evoluir das maleitas do irmão mais velho, que sofre com elas e que oferece a sua ajuda mesmo quando este, por orgulho típico de quem já cá anda há mais tempo, tem vergonha de a pedir.

Enquanto andamos fechados sobre nós próprios, distraídos pela quinzena dos  caciques provincianos de que não precisamos, Timor ensina-nos uma lição. A de que as nações podem ser irmãs. “Muito amigas” como diz o dicionário. Alguém que se ajuda sem condicionalidade ou interesse e que, não podendo resolver todos os problemas, mostra que os conhece e que está connosco. Venha o que vier.   

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